Sunday, June 3, 2012

O mais do mesmo, o mesmo do mais, o menos que é mais, o menos que é pouco...

Cumprimentos: Andando pela sala, deveríamos nos relacionar com as pessoas que passavam por nós. Primeiro com um “bom dia”, depois falando o nosso próprio nome, falando o nome da outra pessoa, dando a mão, dando a mão de olhos fechados, fazendo uma reverência, abraçando, três beijinhos, tapa no rosto/apertar bochecha e tapinha nas costas. Daí, todos poderiam interagir escolhendo uma dessas ações, procurando sempre intenções diferentes. Então, a regra passa a ser de pergunta e resposta: um deveria responder à ação do outro (há uma pausa, um tempo para se entender a pergunta e responder a ela, assim como há um tempo para se sentir a resposta). Ainda nesse exercício de pergunta e resposta, agora a pessoa que “pergunta” faria a mesma ação três vezes para que a outra respondesse de três maneiras diferentes (dessa vez, apareceram respostas  com ações diferentes das ações já propostas).
Para mim, foi interessante observar a dificuldade que ainda temos em nos olhar nos olhos e também de “ouvir” o que o outro perguntou de fato para que a resposta não seja mecânica.

Patrão e servo: Em duplas, foi estabelecida a relação de patrão e servo. Quem assumia o papel de patrão, tinha o direito de mandar o servo fazer o que quer que fosse, procurando extrapolar os limites. Assim que uma ordem não estivesse ao alcance do servo, este teria de estar disposto a negociar, a encontrar soluções.
Lembrou-me um exercício do Teatro do Oprimido, em que uma pessoa olha fixamente e segue os movimentos da mão da outra pessoa. Ao final desse exercício, questiona-se se foi melhor seguir ou ser seguido. Foi melhor (ou mais confortável, ou mais divertido) ser patrão ou servo?

Entre as margens: Sentamos em duas fileiras paralelas, formando em corredor. Duas pessoas teriam de atravessar esse corredor para se encontrar pensando que sempre passam pelo mesmo trecho há 20 anos, querem muito se falar e não tem tempo. Tentar encontrar diferentes meios de se mostrar isso. Depois, uma das duas poderia falar apenas “por favor” e “não, nada”. Ainda no mesmo exercício, e ainda com as condições anteriores, uma delas teria sonhado com Deus dizendo que receberia um raio em sua cabeça se não chegasse do outro lado, enquanto a outra também teria sonhado com Deus a ameaçando, mas teria de impedir a passagem da outra pessoa.
Como "gastar" a proposta? Como tirar mais do mesmo? Como trazer para o corpo todas essas condições sem a fala?

Improviso: Alguém entra e começa uma ação qualquer e outras pessoas iam entrando na cena, tendo de manter alguma relação com a primeira pessoa. Três cenas foram criadas: a academia, a igreja e a pescaria.
Fizemos um exercício parecido na aula de Improvisação ano passado, aquele do piquenique, em que quanto mais gente entrava na cena, mais caótica ela ficava.
Para lembrar:
- Estabelecer UM foco na cenas, senão ninguém se ouve.
- Procurar trazer para a cena algo que possa levá-la para outros rumos.
- Comprar o jogo proposto, jogo de cintura.
- Não ter medo do fantástico, não ter medo de fugir do realismo (tinha umas sereias querendo pegar o Tubarão, mas elas ficaram com medo de aparecer! haha!)

Termino este post com um curta que não sai da minha cabeça: Dimensions of Dialogue do cineasta Jan Svankmajer (dividido em duas partes). Já que estamos falando em relações, é muito interessante observar a maneira poética e grotesca que o diálogo é ilustrado nestes vídeos.


A parte 2 é a minha preferida =D




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