Thursday, June 21, 2012

Aula do dia 18/jun/2012 - Surpresa e Relação

O encontro dessa segunda-feira iniciou-se com questionamentos e reflexões da aula anterior. Como descobrir, manter, variar um estado do corpo e um estado da voz para que se mantenha a ação viva, pulsante? Caímos no que chamamos de SURPRESAS, que seriam as mudanças de intensidade.
Uma imagem interessante é o do cardiograma como sendo uma linha que corresponde ao fluxo de energia com variações que correspondem às mudanças, necessárias a esse pulso...


Uma observação que acho interessante destacar: mesmo a mudança tem de ter um tempo de permanência  pois quando há muitas mudanças súbitas, não há uma mudança de fato... 

Juntos, listamos de que maneira essas surpresas poderiam aparecer (levando em consideração os improvisos da aula anterior):
  • na relação ENTRE AS PERSONAGENS
  • na relação ENTRE ATORES E ESPECTADORES
  • na relação COM O OBJETO
  • na apresentação de ESTADOS LIMÍTROFES DO CORPO
  • na criação de um clima, envolvendo: o SOBRENATURAL, o SEGREDO, o MISTÉRIO, a SUSPENSÃO DE TEMPO
  • na criação de CONFLITOS (não apenas de caráter psicológico...)
  • na mudança de ESTILOS
Essa lista ainda está incompleta (acredito eu!) Ainda temos de buscar e experimentar outras formas de encontrar essas surpresas, para que, quem sabe, conseguir um dia pescar o tal  Peixe Dourado do qual Peter Brook já nos falou...

Encerrada a conversa, botamos a "mão na massa" - começamos nossos trabalhos práticos.

- Jogo do Adeus: todos andando pelo espaço, quando alguém diz "adeus", esta pessoa cai ao chão (como que morrendo) e o grupo deve ajudá-la nessa descida

Algumas questões para reflexão: Que mudanças podem ser feitas para que haja também uma mudança na intensidade da energia do grupo? Que postura ter para sustentar o jogo e mantê-lo "coletivo"?

- Jogo de Pega: Primeiramente, todos andando pela sala e um escolhe alguem para pegar... Ao sinal, cada um pega quem havia pensado ao mesmo tempo que tenta não ser pego. Conclusão: simplesmente não houve jogo! Cada um grudou no outro e pronto. Regras foram acrescentadas: ao ouvir o sinal congela, você só pode pegar seu alvo dando dois passos. Quem é pego sai, quem ficou escolhe outra pessoa (ou permanece com a mesma se preferir). O jogo começou a se desenvolver. Mais complicotes:  cada pegador terá um anjo (que o defende) e um demônio (que lhe ajuda a alcançar o alvo), as outras permanecem. Num primeiro momento a movimentação do anjo e do demônio é livre, depois passa a ser guiada pela contagem de passos tal como para o pegador.

Questão para reflexão: O que deixou o jogo mais interessante?
Algumas possíveis respostas: O fato de criar possibilidades, estratégias, tensão, certa suspensão do tempo...

- Improviso - Função
Dividiu-se em grupos de 5, cada um deveria criar uma cena onde cada integrante desempenharia uma função:

Personagem 1 --------------------- Personagem 2
       |                              |                          |
Ajudante 1                     |                 Ajudante 2
                      Acontecimento Externo

Um dos grupos ficou com 6 integrantes, sendo a este dado a função de se um personagem coringa.

Alguns comentários e algumas questões para reflexão: As vezes as funções ficavam bem claras para quem assistia, outras se confundiam e outras ainda se transformavam no decorrer da cena. É interessante pensar quais estratégias foram exploradas em cada um dos grupos? O que funcionou em cena? O que não funcionou? Como oferecer obstáculos para melhorar  a cena? Como manter a SURPRESA tão conversada no inicio da aula.

- Papel dos verbos: formou-se uma roda, em seu centro havia vários papéis com uma pequena lista de verbos. Cada um escolheu um papel e em seguida um verbo desse papel. A partir desse verbo, cada um deveria escrever outros 6 verbos ou ações que funcionariam como um caminho ou estratégias para a realização daquele verbo escolhido inicialmente.

Questãozinha: Que tipo de verbo oferece mais possibilidade de ação? Por exemplo, vervos óbveis não são tão interessantes porque não nos dão a possibilidade de agir de diferentes formas para fisicalizar o mesmo verbo.  

- Improvisação dos papéis: em duplas. Em cena dois banquinhos. Cada qual deve tentar materializar aquele caminho pensado para a realização do verbo do papel, os banquinhos funcionam como possibilidade de se estabaler as nuances da relação, por exemplo, se você estranhou a ação do outro, você afasta o banquinho, caso contrário, se você gostou, você aproxima o banquinho... Essa foi uma possibilidade de interagir com o banquinho, mas houve várias formas e alterntivas durante as (poucas) cenas utilizando-o como apoio, como objeto resignificado....

Últimas questões para reflexão: Como estabelecer a relação? Como fisicalizar ou espacializar os verbos?



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